terça-feira, 21 de agosto de 2007

OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE SENDIM

OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE SENDIM


Sendim tem uma das corporações mais activas do Distrito de Bragança. Para isso muito contribui a juventude do seu corpo activo e o empenho que pôe na sua formação contínua.



No dia 16 de Agosto fizeram mais uma acção de formação na Cooperativa Agricola Ribadouro. Além da formação em si foi um momento bonito de se ver.





Hoje, quando escrevo este "post", sei que outra acção foi feita no rio Douro, para além de terem ajudado no combate ao incêndio que hoje se verificou no concelho de Mogadouro.






É ainda de realçar a boa relação que mantém com todas as corporações do distrito e com muitas do país.
Não é pois por acaso, que as entidades oficiais têm apreço pelo seu desempenho.
Um bem hajam de um sendinês.

sábado, 4 de agosto de 2007

VIRIATO E AS ARRIBAS DO DOURO

SENDIM - FARIZA - ARRIBAS DO DOURO - VIRIATO


pendones de la fiesta



Ua moneda de prata eibérica an Sendin

Un die fui a bejitar ua eirmita acerca de Fariza, an Spanha, de l outro lado del riu Douro, delantre de Bilachana, i quedei ademirado. La fiesta que fázen alhá, chaman-le la fiesta de ls Viriatos.
Muitos outores dízen que Viriato andube pur estes lados. Ten ua Státua an Çamora. Cierto ou no, l que se puode dezir ye que giente amportante, de l sou tiempo, porqui passou. Se nó, cumo se splica que ne l termo de Sendin se ancuntrara ua moneda eibérica de prata?
La stória bai-se fazendo als poucos, i a las bezes, tenemos que ancontrar decumientos i saber liendas, ó tradiciones, que fágan la ligaçon para tirar cunclusones.
Dar-las a coincer ye un ampercípio para quin querga studar bien l assunto.
Pus quedai a saber, que ye cierto, que esto ye berdade. La tradicion eijiste e la moneda tamien. (1)

(1)-Ber:  Memorias Arqueológicas, Tomo IX, pag. 477, por Francisco Manuel Alves.
Abiso:
Este testo, cunsante las regras de la Cumbençon Ourtográfica de la Léngua Mirandesa i de la sue Purmeira Adenda, stá solo screbido cun L- an percípio de palabra, a la moda de l mirandés de Sendin.



terça-feira, 17 de julho de 2007

SENDIM - LA FRAUGA

Tiu Marchacan


La frauga era l lhugar onde se fazie todo l serbício de ferreiro. Zde ls outensílios anté las ferramientas, de fierro, para ls trabalhos ne l campo.
Habie quaisque an todas las tierras ua frauga, que serbie bárias pessonas. An Sendin zde que me lhembre habie seis. Mas la derradeira a cerrar fui la de tiu “Marchacan”.
Drento tenie ua fornalha onde se ponie roujo l fierro. Na fornalha l carbon tenie que star siempre an brasa i para esso, la frauga tenie un fole mui grande que fazie cun que las brasas stubíssen siempre mais bormeilhas que la lacre.
Quando l fierro stába mesmo cumo la lacre, era tirado cun uas tanazes de fierro mui grandes i era puosto na bigorna onde era malhado para ganhar la forma que se querie.
Se era un outensilio pequeinho ou tenie arte era l ferreiro que l malhába cun ua mano, enquanto l agarrába cun las tanazes na outra.
L ferreiro usába un mandil de cuiro que cobrie tamien l peito.
Quando ls lhabradores querien aguçar las ferramientas ou fazer algun outensilio, marcában un die par esse serbício, dezie-se anton que andában de frauga.
Juntában-se dous ou três, i nesse die tenien que malhar a bun malhar, yá que nun se podie deixar sfriar l fierro.



Nesse die era malhar a bun malhar


Al mesmo tiempo tenien que dar al fole, para que la fornalha stubísse bien rouja.
Habie que saber sfriar l fierro para quedar bien temprado. Para l sfriar metien-lo nua pila de piedra chena d´auga, mas cun cierto cuidado i sabedorie, nesto stába muito de la arte de l ferreiro.
Inda hoije hai bários ditos subre l trabalho de frauga:
- Ye malhar l fierro anquanto stá caliente.
- Assoprar antes que se apague.
- Sin buona tempra la faca nun corta.
- Querer cumbencir un burro ye malhar en fierro friu.
Sendin tube siempre ferreiros afamados. Tiu Margalho i ls filhos, tiu Marchacan i tiu Manuel Peres Pícaro fúrun ls que you melhor coinci.
Tiu Margalho ganhou mesmo un prémio nua sposiçon i bieno a ser cumbidado a ir pa la Oustrália a trabalhar.
Inda hoije hai an Sendin la rue de la frauga.

domingo, 24 de junho de 2007

PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(14)

continuação

Cada “lhaço” é dançado no geral, quatro vezes e no fim os dançadores, já sem bater os paus, dançam a “bicha”, que é uma dança, em que os dançadores, dançando e tocando as castanholas, vão em duas filas na direcção do público, abrindo cada fila para seu lado, na frente do palco, voltando a fazer uma fila na direcção contrária. Acabam dando um salto, ficando voltados cara com cara as duas filas.

Porque achamos de interesse, vamos ainda dar uma explicação de três “lhaços”.

“Ls Oufícios” – Neste “lhaço”, como o nome indica, são representados quatro ofícios que cada grupo acha mais usuais ou representativos da actividade da sua terra.
Em Sendim, os quatro ofícios que se costumam apresentar são os de ferreiro, carpinteiro, barbeiro e ferrador.
No fim de cada dança, cada par, uma guia e um peão, representam o seu ofício.
Um par faz o ferreiro, o peão põe os paus na horizontal e a guia com os paus juntos simula malhar o ferro, batendo nos paus do peão.
Outro par faz o carpinteiro, o peão põe os paus na horizontal e a guia na vertical e movimentando os paus um para cima e o outro para baixo, simulam serrar.
Outro par faz o barbeiro, o peão põe os paus atrás, na vertical, seguros pelas mãos, e senta-se neles, enquanto a guia simula fazer-lhe a barba, servindo um pau de navalha e o outro de afiador.
O outro par faz de ferrador, o peão faz de “burro”, inclinado para a frente, apoiado sobre os dois paus, levanta uma perna para trás e a guia segura a perna com um pau e com o outro simula ferrar. Aqui o peão pode simular dar um coice, a guia simula tirar o casco, bater na sola. É tudo uma questão de imaginação.

“Las rosas” – Este “lhaço” é apenas dançado, não se utilizando os paus. Ao som da gaita-de-foles e tocando as castanholas, os pauliteiros dançam a “bitcha”. Mas, quem melhor que o nosso conterrâneo, Pe. Mourinho, para descrever esta dança?
«Esta só se faz em volta de um alqueire de trigo cogulado, sobre o qual espetam uma estaca de que pende abundante fumeiro de carne de porco e se coloca um jarro de vinho.
Os dançantes executam, várias voltas circundando a oferta; no tempo devido, vêm de dois em dois celebrar a festa, dançando e sacudindo os pés, sobre a valiosa esmola, como que em bênção ou exorcismo o que me parece a transformam e definem como uma autêntica dança ritual. Dela já recolhi várias e boas imagens que oportunamente serão publicadas com texto mais desenvolvido

O “salto ao castelo” ou “assalto ao castelo” é uma dança sem paus e em que depois de dançarem a “bitcha” os peões de cada fila se colocam um aos ombros do outro, fazendo dois pilares voltados um para o outro, no meio do palco. Ao mesmo tempo as guias dançando, dois de um lado e dois do outro, preparam o momento do salto.
O gaiteiro dá um sinal com a gaita-de-foles, uma das guias toma balanço para saltar, enquanto as outras se juntam aos pilares feitos pelos peões, ficando uma a fazer de “burro”, no meio, e as outras duas, cada uma de seu lado, encostadas ao burro, esperam pelo saltador.
Este, ajudado pela guia do seu lado, salta pelo meio, dando uma cambalhota e indo cair do outro lado, onde a outra guia o ajuda a ficar em pé. Formam as filas novamente e dançam a “bitcha”.

Isto é o essencial para se entender a dança e poder apreciá-la melhor.

terça-feira, 12 de junho de 2007

PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(13)

continuação

Porque julgamos relevante, vamos dar uma explicação das principais variantes que se encadeiam durante a dança de um “lhaço”. Há “lhaços” que têm várias e outros apenas uma ou duas. O início, a passagem e a “bitcha” é que são praticamente comuns a todas.
O grupo é constituído por oito pauliteiros que se dispõem em duas filas paralelas. Os pauliteiros das pontas são as guias e os de dentro são os peões.
Isto é importante saber-se para se poder dançar bem, já que os peões, por regra, nunca podem deixar as suas respectivas guias.
As duas guias de cada ponta e os seus peões fazem a quatrada.

Quatrada – Os quatro pauliteiros que formam a quatrada trocam entre si de posição, batendo os paus, acabando sempre por ocupar a posição inicial. A quatrada pode fazer-se com ou sem paragem a seguir a cada vez que se cruzam os pares, ou em movimentos seguidos.

Corrida – Os guias de uma ponta, levando atrás todos os dançadores da sua fila vão na direcção da outra ponta, em círculos ovais, batendo com os paus e regressando ao seu lugar inicial.

Guias adentro e peões afora – Os peões rodam, um quarto de volta, na direcção do centro das filas, batendo os paus e dando um passo lateral e para fora, vão ocupar o lugar das guias (fora), deixando espaço para estas, que rodando ao mesmo tempo e no mesmo sentido, dão um passo em frente ocupando o lugar dos peões, ao meio (dentro), ficando de frente para as guias da outra extremidade das suas respectivas filas.

Guias afora e peões adentro – Os peões e as guias fazem os movimentos contrários à dança anterior, como facilmente se deduz, indo ocupar os seus devidos lugares, já que os peões estão no lugar das guias e as guias no lugar dos peões. Guias afora e peões adentro.

“Desvolta” por dentro e por fora – As filas estão voltadas uma para a outra, as guias e os peões batem os paus nos que têm em frente (peão com peão, guia com guia), cada guia volta-se para o seu peão que por sua vez se volta para a sua guia e batem com os paus. Os peões continuam a rodar na mesma direcção e vão ficar de frente para o outro peão da sua fila com quem batem os paus. As guias acompanham o movimento dos peões e saltando vão bater nas guias da sua fila, fazendo uma fila perpendicular à primeira. Fazem o movimento inverso e regressam aos seus lugares, batendo sempre os paus.
As guias podem ainda, ao bater guia com guia, cruzarem e irem bater os paus com os peões das outras guias e saltando irem bater com as guias da sua fila, mas já no outro extremo das filas.

Guias em volta – Os peões juntam-se ao meio, costas com costas e em movimento contrário às guias, vão aparando, com os paus o batimento dos paus das guias que rodam em volta deles. Ou fazem passes, esquerda, direita.

A passagem acontece no fim de cada dança, em que os dançadores de uma fila passam pelos da outra, indo formar duas filas perpendiculares às iniciais, batendo sempre os paus.

“Cada terra com seu uso e cada roca com seu fuso”, diz o ditado, também estes passes de dança têm várias formas de interpretação e nós não nos julgamos como os mais entendidos, mas foi assim que aprendemos. Mesmo o nome pode divergir, bom seria analisar “lhaço” por “lhaço” e descrever a coreografia deles com as variantes de terra para terra.
Não é a finalidade deste trabalho, mas estamos disponíveis para o fazer ou ajudar a fazer.
Este trabalho apenas quer ser um registo de memória sobre os pauliteiros, mas que pode ajudar em vários campos.

Há depois várias variantes que cada grupo tem e que diz da sua qualidade e ainda várias formas de bater os paus; o pau picado (bater os seus paus um no outro), por cima ou por baixo, antes de bater nos paus dos outros dançadores, pau simples, paus juntos, paus em cruz, pau de corrida e o pau simples em cima ou em baixo.
Dançar com os pés, ao mesmo tempo que se deslocam nos vários passes, é também um pormenor importante.
Isto tudo exige, como se deduz facilmente, uma maior destreza.
continua...

domingo, 10 de junho de 2007

PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(12)

continuação

Com o falecimento trágico do Belmiro Carção, viria a tomar conta do grupo adulto de pauliteiros o Jorge Morgado, infelizmente falecido num acidente poucos meses depois, pelo que, hoje o seu director é o Óscar Salgado, que actualmente se dedica de alma e coração ao grupo e que levou também, a vários locais do país e do estrangeiro. De notar que o Óscar Salgado foi um dos primeiros dançadores do grupo infantil.
Também a Associação de Professores Mirandeses criou o seu grupo de pauliteiros de que fizeram parte, no seu início, os professores: José Almendra, José Mourinho, José Ramos Campos, José Preto e António Carção, todos de Sendim, o professor José Teixeira da Granja de S. Pedro e que dava aulas em Sendim, o professor José Delgado de Palaçoulo e o professor José Casimiro Martins de Brunhosinho. Este grupo actuou também em vários locais de Portugal e Espanha, nomeadamente no Coliseu do Porto e no S. Luís em Lisboa.
O gaiteiro era António Alves de Vila Chã, tocava bombo José Pires, que foi professor em Sendim e cá casou e tocava caixa Pedro Ferreira, professor em Mogadouro.
Foi seu ensaiador o professor José Alberto Teixeira, um dos mais entendidos, na dança dos paus, em toda a terra de Miranda. Ele aliava à arte de ensaiar, o conhecimento das várias variantes de quase todos os grupos e ainda, a arte de saber dançar em todas as posições. Era a guia direita do grupo dos professores.

continua...

sábado, 9 de junho de 2007

PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(11)

continuação

Logo nesse ano (1998) a Associação pediu ajudas para a aquisição de novos fatos, visto os anteriores terem surpreendentemente desaparecido, sem que ninguém soubesse o seu destino (ou será que sabem?). Foram então mandados fazer 9 factos à artezã Maria Susana de Castro, fatos esses que custaram na altura 60 contos cada o que deu um total de 480 contos, (100 dados pela Junta de Freguesia, 150 pela Câmara Municipal e 200 pelo IPJ, os restantes 30, foram suportados pelo dinheiro angariado em actuações).
Foi ainda oferecida e amavelmente confeccionada a Bandeira do então novo Grupo de Pauliteiros de Sendim.
Passados dois anos, a pedido do Belmiro Carção e de muitos jovens sendineses, foi então criado mais um grupo de Pauliteiros, mas mais jovem, ou seja de idades a rondar os 13, 14 anos.
É então feita uma actuação de apresentação com os dois grupos no adro da Igreja em Sendim, foi na Páscoa de 2000.
Juntou-se algum dinheiro e com a ajuda das actuações que foram feitas adquiriu-se mais um conjunto de factos que foram confeccionados pela artezã Palmira Falcão.
Estes fatos foram já adquiridos pela então nova associação criada, cujo nome passou a ser Grupo de Pauliteiros de Sendim.
Foi nessa altura que em Sendim apareceram mais Gaiteiros, o Henrique Fernandes, o Dinis Pires e o Luís Ferreira.
No ano de 2003 foi apresentado mais um grupo de Pauliteiros ainda mais novos, a rondar os 9/10 anos.
Nesse ano, Sendim teve pela primeira vez três grupos de Pauliteiros prontos actuar.
O Grupo de Pauliteiros de Sendim ainda hoje se mantém em actividade e com o Belmiro Carção actuou em vários locais do país e do estrangeiro, sendo de realçar a actuação em França.

continua...

quinta-feira, 7 de junho de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(10)

continuação


No verão de 1997 três jovens de Sendim, Paulo Preto, Fernado Nuno Palhau e Telmo Ramos, juntaram-se para fundar a Associação que viria a chamar-se “ Mirai Qu’Alforjas – Associação de Juventude de Sendim”. Convidaram mais oito jovens, para assim constituírem os corpos gerentes. A fundação viria a acontecer no dia 13 de Março de 1998. Os fundadores viriam a ser, José Santiago, Paulo Preto, Rui Mendes, Carlos Rodrigues, José Preto, Virgílio Carção, Fernando Nuno Palhau, Helena Moreira, Telmo Ramos, Luís Picotês Gonçalves e Sandra Nobre.
Uma das primeiras e principais finalidades da sua constituição foi precisamente ressuscitar, o Grupo de Pauliteiros de Sendim, então parado há mais de 10 anos.
Contactados alguns dos antigos dançadores do grupo de pauliteiros infantil, estes aceitaram e foram ter com o Belmiro Carção que de pronto aceitou.
Os Pauliteiros desta nova fase foram; Aquilino Branco, Óscar Salgado, José Preto, Raul Campos Martins, José Pires, Manuel Falcão, José André, Nelson Pimentão e António Aleixo, e numa nova geração, o Carlos Rodrigues, Alexandre Conde e Pedro Morete.
O gaiteiro deste grupo era o Sendinês Paulo Preto, acompanhado na Caixa pelo Manuel Falcão e no bombo pelo Belmiro Carção.

continuação...

quarta-feira, 6 de junho de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(9)

continuação

No verão de 1997 três jovens de Sendim, Paulo Preto, Fernado Nuno Palhau e Telmo Ramos, juntaram-se para fundar a Associação que viria a chamar-se “ Mirai Qu’Alforjas – Associação de Juventude de Sendim”. Convidaram mais oito jovens, para assim constituírem os corpos gerentes. A fundação viria a acontecer no dia 13 de Março de 1998. Os fundadores viriam a ser, José Santiago, Paulo Preto, Rui Mendes, Carlos Rodrigues, José Preto, Virgílio Carção, Fernando Nuno Palhau, Helena Moreira, Telmo Ramos, Luís Picotes Gonçalves e Sandra Nobre.
Uma das primeiras e principais finalidades da sua constituição foi precisamente ressuscitar, o Grupo de Pauliteiros de Sendim, então parado há mais de 10 anos.
Contactados alguns dos antigos dançadores do grupo de pauliteiros infantil, estes aceitaram e foram ter com o Belmiro Carção que de pronto aceitou.
Os Pauliteiros desta nova fase foram; Aquilino Branco, Óscar Salgado, José Preto, Raul Campos Martins, José Pires, Manuel Falcão, José André, Nelson Pimentão e António Aleixo, e numa nova geração, o Carlos Rodrigues, Alexandre Conde e Pedro Morete.
O gaiteiro deste grupo era o Sendinês Paulo Preto, acompanhado na Caixa pelo Manuel Falcão e no bombo pelo Belmiro Carção.
Logo nesse ano (1998) a Associação pediu ajudas para a aquisição de novos fatos, visto os anteriores terem surpreendentemente desaparecido, sem que ninguém soubesse o seu destino (ou será que sabem?). Foram então mandados fazer 9 factos à artezã Maria Susana de Castro, fatos esses que custaram na altura 60 contos cada o que deu um total de 480 contos, (100 dados pela Junta de Freguesia, 150 pela Câmara Municipal e 200 pelo IPJ, os restantes 30, foram suportados pelo dinheiro angariado em actuações).
Foi ainda oferecida e amavelmente confeccionada a Bandeira do então novo Grupo de Pauliteiros de Sendim.
Passados dois anos, a pedido do Belmiro Carção e de muitos jovens sendineses, foi então criado mais um grupo de Pauliteiros, mas mais jovem, ou seja de idades a rondar os 13, 14 anos.
É então feita uma actuação de apresentação com os dois grupos no adro da Igreja em Sendim, foi na Páscoa de 2000.
Juntou-se algum dinheiro e com a ajuda das actuações que foram feitas adquiriu-se mais um conjunto de factos que foram confeccionados pela artezã Palmira Falcão.
Estes fatos foram já adquiridos pela então nova associação criada, cujo nome passou a ser Grupo de Pauliteiros de Sendim.
Foi nessa altura que em Sendim apareceram mais Gaiteiros, o Henrique Fernandes, o Dinis Pires e o Ferreira.
No ano de 2003 foi apresentado mais um grupo de Pauliteiros ainda mais novos, a rondar os 9/10 anos.
Nesse ano, Sendim teve pela primeira vez três grupos de Pauliteiros prontos actuar.

continua...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(8)

continiação

O grupo infantil começou a ter problemas nas deslocações, pois as solicitações eram muitas, e levar crianças de um lado para o outro era complicado, houve uma pausa. No entanto, na escola, íamos nós próprios mantendo a actividade, formando grupos que actuavam nas festas escolares e no Carnaval.

Para esta pausa, muito contribuiu também a dificuldade de levar todo o rancho do Centro Cultural, já que a ensaiadora das danças mistas, Judite Mourinho, filha de José Pires Mourinho, pela sua vida pessoal, não podia dar a atenção que desejava. Mas muitas crianças aprenderam a dançar e não me engano se disser que, em Sendim, é onde mais gente sabe dançar os paus, na Terra de Miranda.
Pelo que conhecemos foi Sendim a primeira terra de Miranda a ter um grupo infantil. Já em 1957 se tinha tentado e só não se continuou porque não seria possível actuarem todos os grupos de Sendim, na inauguração da Casa da Criança Mirandesa. De notar que nas danças mistas, nessa data, havia dançadores infantis e adultos. Os pauliteiros infantis não concluíram os ensaios, mas continuaram a dançar nos recreios da escola e deles viria a surgir o grupo de 1963.
Ainda hoje estamos a ver o Belmiro Carção, o José Carlos, o Américo Peres, o António Almendra, o Manuel Mourinho e tantos outros, a correrem pelo recreio, com os paus e a dançarem, mas aqui em grupos de quatro.
continua....

domingo, 3 de junho de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(7)

continuação

Como surgiu a necessidade de uma maior continuidade nos ensaios, pensou-se que um dos pauliteiros de 1963 poderia dar uma ajuda. O único que se disponibilizou foi o Belmiro Carção, que durante os ensaios e com o tiu Pascoal, gaiteiro de Cércio, foi recordando os “lhaços”, acabando por vir a ser o continuador, tendo passado a tomar conta do grupo, nos ensaios.

Do grupo inicial faziam parte Virgílio Carção, Óscar Jantarada, Pedro Castro, Luís Fernandes e Vítor Balbino (guias) e Óscar Salgado, António Aleixo, Carlos Afonso e Victor Pêra (peões), Luís Fernandes, Paulo Felgueiras, Ramiro Quitério, Fernando Palhau e Aquilino Branco.
Houve o cuidado de ensaiar mais de oito elementos, para melhor se poder escolher e ter substitutos para todas as posições e assim, suprir uma eventual falta. Alguns destes elementos dançavam também as danças mistas.
Quando alguns destes elementos saíam, por terem de ir estudar para longe, e como eram admitidos todos os anos novos elementos, facilmente se renovava o grupo e logo surgiu outro de que fizeram parte, Óscar Salgado, Aquilino Branco, Paulo Nobre, Raul Martins, Manuel Falcão, António Aleixo, João Aleixo, Ramiro Quitério, Nelson Pimentão e José Pires.
Com as receitas que se conseguiam com as deslocações e outras, nestas é de realçar a ajuda que muitas mães e outras mulheres de Sendim deram, fizeram-se os saiotes e as “inaugas” (saias brancas de dentro) dos fatos. Quase tudo foi feito em Sendim.
Os pauliteiros passaram a usar o traje, como o mais conhecido grupo de pauliteiros, no Mundo, os pauliteiros de Duas Igrejas.

A partir destes, muitos outros surgiram, mas porque eles foram os primeiros e os continuadores mais tarde, no grupo adulto, era de justiça referi-los todos.
O grupo de pauliteiros infantil actuou em vários locais do concelho, do país e do estrangeiro, de início acompanhado pelo professor José Ramos Campos e uma ou outra vez pelo professor José Almendra. Só mais tarde é que o Belmiro Carção viria a tomar a seu cargo o acompanhamento do grupo, nas deslocações.
Quando o tiu Pascoal não podia, começou a acompanhar o grupo, o gaiteiro António Alves de Vila Chã, que mais tarde viria a ser o gaiteiro usual. Tocavam caixa o David Jantarada e bombo o Eduardo Mendonça, também infantis e que aprenderam a tocar, no grupo.

continua....

sexta-feira, 1 de junho de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM (6)


continuação


Em 1980, dado que tinha sido fundado o Centro Cultural e uma das actividades era fazer renascer as danças tradicionais, os professores José Almendra e José Ramos Campos resolveram criar um grupo de pauliteiros infantil e fazer deles um grupo que continuasse a dança, no futuro. Assim aconteceu, tendo-se transformado numa escola, que ao longo dos anos foi criando vários grupos de pauliteiros, em Sendim.

No início foram ensaiados por Benjamim Monteiro, de Vila Chã e por António Alves, de Atenor. Este fez parte de um grupo ensaiado por João da Cruz Mourinho.
Os primeiros ensaios faziam-se cantando os “ lhaços “ e só quando já começavam a saber dançar as variantes, (a quatrada, a corrida, guias adentro e peões afora, guias afora e peões adentro, guias em volta, desvolta por dentro e por fora, a passagem e a “bitcha”) é que se chamou o gaiteiro, o tiu Pascoal de Cércio, que já tinha muita experiência, pois acompanhava o grupo de Duas Igrejas, dirigido pelo nosso conterrâneo, Padre Dr. António Maria Mourinho.
Os pauliteiros usavam calças, como era tradição, em Sendim.
O facto de o tiu Pascoal ter sido o gaiteiro do grupo teve uma importância maior que se julga. Cércio foi sempre a terra em que os pauliteiros melhor dançavam com os pés, como aliás em Sendim e daí ainda hoje isso ser uma das principais características do nosso grupo.
No euro 2004, onde estiveram muitos figurantes vestidos de pauliteiros, foi muito considerada a forma como os elementos de Sendim e de Cércio dançavam a “bitcha”. Tendo sido a adoptada pelos coreógrafos.
continua....

quinta-feira, 24 de maio de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM (5)


continuação


Em 1973, foi na Casa do Povo, éramos nós presidente da direcção, quando formamos um grupo de danças mistas e pauliteiros, mas só as danças mistas se exibiram na inauguração da secção de artesanato, em que esteve presente o Ministro das Corporações e Previdência Social. Este grupo não continuou devido às alterações políticas que trouxe o 25 de Abril de 1974.


continua....

sábado, 19 de maio de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(4)


continuação


Foi no peditório de uma festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, em Outubro de 1963, que tiramos a fotografia a um grupo de paliteiros, que era constituído por José Santiago, Belmiro Carção, Joaquim Paulo, José Antunes, Américo Peres, José Carlos Alves, Manuel Marcelino, e António Gonçalves. Este grupo era ensaiado por José Pires Mourinho e actuou em vários outros eventos, nomeadamente numa festa em Lagoaça, no Verão de 1964. Os gaiteiros eram de Travanca.

A guerra do ultramar fez com que este grupo se separasse, mas o Manuel Marcelino, que pertenceu a uma companhia militar em Angola, onde estava também o Paço Bandeira, veio a ensaiar aí um grupo de pauliteiros.
Belmiro Carção ensaiou também um grupo em Angola, quando cumpria o serviço militar.
Entendemos que é importante realçar o facto de os sendineses formarem grupos de pauliteiros por esse mundo fora. Além dos já referidos, também no Canadá os sendineses dançavam, nos anos 70 havia um grupo em Toronto, formado por Eduardo Peres e seu primo Venâncio Peres de Sendim, Eduardo Marcos e Avelino Marcos de Cércio, Norberto Raposo de Pena Branca, Porfírio Igreja de Miranda, Nelson Moita de Fátima (é curioso ver neste grupo um dançador de fora da Terra de Miranda) e José Valentim de Genísio. Tocava a gaita-de-foles José Marcos de Cércio, o bombo Armando Igreja de Miranda e a caixa Abílio Peres de Sendim.


continua....

quinta-feira, 17 de maio de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM

OS PAULITEIROS DE SENDIM(3)
OS PAULITEIROS DE SENDIM (3)

continuação....

Abílio Aleixo veio a formar um grupo de pauliteiros na tropa, em 1951, juntamente com Armando Quitério, de Sendim, José Taborda da Granjica, Adelino de Cicouro, José de Angueira, Manuel da Especiosa, Joaquim de Freixiosa e Fernando de Constantim. Um do concelho de Mogadouro, outro do concelho de Vimioso e os restantes do concelho de Miranda do Douro. Para a formação deste grupo muito contou o apoio do alferes Dinis, de Miranda do Douro. Não sabemos para já os apelidos, razão por que indicamos a seguir ao nome, a naturalidade.
É importante referir aqui como se processou a formação deste grupo, na tropa, pois vem-nos mostrar a força da dança dos paus na união dos mirandeses e da importância da sua língua.
Contou-nos o tiu Abílio Aleixo:
" Aproximava-se o juramento de bandeiras e nós, os do concelho de Miranda do Douro e alguns do concelho de Vimioso e Mogadouro, resolvemos ensaiar um grupo para actuar no dia do juramento de bandeiras. Os que sabiam já, por terem dançado nas suas terras e outros a quem fomos ensinando, juntámo-nos numa arrecadação e sem dar motim, lá fomos ensaiando os “lhaços”, os que não sabiam eram poucos. De Sendim era também um rapaz chamado Armando Quitério, está no Brasil, como não tinha dançado nunca, tinha medo de que lhe acertássemos com os paus, e andava com um pau sempre no ar, mas lá aprendeu.
Como não tínhamos gaiteiro, estávamos com esse problema quando um rapaz do concelho de Vimioso, agora já me vou esquecendo dos nomes, nós conhecíamo-nos pela fala, então esse rapaz disse-nos que resolvia ele o problema. Como tocava clarinete no quartel de artilharia, era na Pesada 2 em Gaia, começou a ensaiar ao mesmo tempo que nós cantávamos e ficou porreiro. Parecia mesmo um gaiteiro.
Mas tivemos também sorte, é que um dia, logo no princípio, um tenente deu connosco e com o seu ar importante perguntou:
- Que estais a fazer aqui e que barulho é este?
-Estamos a ensaiar uma dança da nossa terra, para o dia do juramento de bandeira, meu tenente.
-Dançai lá para eu ver.
Dançamos e ele virou-se para nós e disse:
-Eu sou de Miranda, tendes mesmo que continuar e quero isso bem ensaiado.
-Mas, meu tenente, o comer não é muito aqui no quartel e com o trabalho vai ser complicado.
No outro dia tínhamos mais uma terrina de sopa. Era o tenente Dinis, mais não sei ".
Seguiu-se outro grupo, ensaiado por José Pires Mourinho, em 1957, formado por Domingos Picotês, José Xavier, José Pires Mourinho, Manuel Cangueiro, Domingos Pires, Alfredo Pires, Aleixo Margalho e Manuel Ferreira.
De notar que este grupo tem elementos do anterior e o ensaiador, José Pires Mourinho aparece como dançador. Ele aparece porque faltou um dançador e como sabia ocupar todas as posições teve que dançar. Os gaiteiros eram de Travanca.
Também a formação deste grupo teve uma razão forte, aproximava-se a inauguração da Casa da Criança Mirandesa e com uma festa em que iam participar todas as terras de Miranda. Todas trariam carros alegóricos e muitos grupos a actuar. Sendim, não podia ficar indiferente. Este grupo veio a ser considerado dos melhores, já que foi o que melhor soube utilizar o repicar dos paus e a dança de pés. O grupo de Duas Igrejas teve um ponto a seu favor, que foi “o salto ao castelo”, mas o grupo de Sendim inovou nos “lhaços” ao dançar o Hino Nacional.
continua

sexta-feira, 11 de maio de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(2)
continuação....
O grupo mais antigo que identificámos, foi um que era formado por Abílio Aleixo, José Castro, Domingos Pires e Domingos Santiago, como guias e José Joaquim Xavier, Alfredo Pires, Alfredo Cangueiro e Aleixo Margalho, como peões. Actuou nos anos de 1947 a 1950, pelo que nos foi dado saber. Era seu ensaiador José Pires Mourinho, irmão do Padre Dr. António Maria Mourinho. Os gaiteiros eram de Travanca.
Os ensaios faziam-nos cantando os “lhaços”, no Baiunco, nas curraladas e na rua que hoje se chama 1º. De Maio, no pequeno largo, junto ao poço de pedra, que ainda hoje lá se encontra. Numa das pedras do poço estão duas datas, uma de 1803? e outra de 1908.
Era muito frequente, porque havia falta de gaiteiros, os pauliteiros actuarem ao toque da caixa e bombo e a ouvirem cantar os “lhaços”. A gaita-de-foles era mais usada nas festas.
Sem querermos entrar em polémicas, pela nossa experiência como ensaiador e dançador e ainda como ouvinte atento de pessoas que viveram no séc. XIX, queremos dizer que cantar os “lhaços” era uma prática mais frequente que se julga. Havia pauliteiros em todas as localidades, mas gaiteiros não. E os “lhaços” têm quase todos letra e querem transmitir uma mensagem às pessoas ou representam situações e vivências do dia a dia. Muita gente que nem sabe bater um pau, sabe os “lhaços” e a música, de cor.
Pelo depoimento de um destes pauliteiros, José Joaquim Xavier, soubemos que a formação deste grupo começou com uma das muitas reuniões que estes rapazes faziam no Baiunco, debaixo da varanda da antiga casa de Sr. Antoninho Oliveira, para prepararem um número para o Carnaval.
A ideia inicial foi fazerem uma paródia sobre a dança dos paus e utilizar tenazes de ferro, Aleixo Margalho era ferreiro e para simular o bater dos paus, usarem socos com sola de madeira. Isto prova bem que em Sendim dançar com os pés era fundamental.
José Pires Mourinho a quem pediram para os ensaiar, aproveitou a ocasião e disse-lhes que já que queriam dançar, então tinha que ser a sério, também. Pois foi mesmo a sério e assim se reiniciou a dança de novo, em Sendim. Pena foi que não tivesse o apoio que outros tiveram.
Ao contar este episódio, não foi sem intenção, mas para mostrarmos que os sendineses quando vêem que as coisas não andam, reagem provocando as situações.
Não lhes parecia justo Duas Igrejas ter um grupo de pauliteiros, dirigido por um sendinês, o Padre Dr. António Maria Mourinho, e Sendim não. Nunca os sendineses aceitaram muito bem o facto de o Padre Dr. António Maria Mourinho, ter levado muitos dos ensinamentos que aprendeu com seu pai e seu irmão mais velho, para o grupo que veio a dirigir em Duas Igrejas. Mas, o que é certo, é que era aí pároco e as danças eram património de toda a Terra de Miranda.
Duas Igrejas tinha também tradição na dança dos paus. Um grupo dessa freguesia, mais concretamente de Cércio, uma povoação anexa, foi dos primeiros a actuar fora da Terra de Miranda.


(continua)



quinta-feira, 10 de maio de 2007

LS AZULEIJOS DE LA STAÇON


LS AZULEIJOS DE LA STAÇON
Quando se scribe la stória de ua tierra tem que se falar de muita cousa. L património ye ua de las partes mais amportantes. Ye de ua parte de l nuosso património que bos bou a screbir hoije.

En 1977 fiç un studo subre ls azuleijos de la staçon de Sendin i muito me ajudou l angenheiro Genestal Machado que me dou ls dados que me fazien falta.
Nun bamos a falar de quien ye responsable por l stado a que chegou la staçon, mas guardei ls retratos de ls azuleijos i eiqui bos queda l que scubri. Hoije inda hai alhá alguns i ls outros póden-se cumponer.
Ls azuleijos fúrun pintados por Gilberto Renda que naciu ne l fin de l seclo XIX, en Seixas, ua tierra que queda no Minho.
L sou ouficio era “cenógrafo”, studou en Paris i trabalhou cun l coincido pintor “Salgado” que quedou famoso en azuleijos i cumponiu l palaço de Queluz.
Gilberto Renda dezenhaba l scaleto de las figuras i apuis besti-las a la moda de l tiempo a que dezien respeito. Chamaban-le “o menino prodígio”, era de statura pequeinha i magro.
Pintou tamien ls azuleijos de la staçon de Dues Eigreijas i de la de Caminha. Fizo inda un trabalho na calçada de la “Boa Hora” en Lisboua, este trabalho tamien yá zapareciu.
Ls retratos que serbírun para fazer ls azuleijos de la staçon de Sendin stán nas ultimas fuolhas de l lhibro “Em volta de uma espada”, eidiçon de la Câmara de Miranda de l Douro.

sábado, 7 de abril de 2007

La Fuonte de l lhugar



LA FUONTE DE L LHUGAR



La sue costruçion ye de ourige romana, puis tén la forma de la de Quintanapalla (Burgos) i de la “fuonte del toral” de Muga de Sayago (Zamora), a la qual ls arqueólogos ténen cumo tal.


Ye tamien eigual a la de Almaraz del Duero (Zamora), a la que faç parte de la recostruçion de la "villa romana" de Chedworth (Anglaterra) i a la de Vale de Telhas (Mirandela), que tén junto deilha un marco milenário, al fondo, de l lhado squierdo.


La nuossa fuonte fui recostruída en la Eidade Média i mais tarde fui limpa i reparada pur nós, quando éramos perjidente de la junta de la freguesie de Sendin. Parece que apuis le labóran la cara, mas sfregóran cun tanta fuorça, que anté le apagóran la data, que stába al fondo i que, pur aqueilho que a mi se me lhembra, era MC.., talbeç de la recostruçion Mediebal.


Fui en 1978, que scubri na Blioteca de Zamora l que bos stou a cuntar.


Estas fuontes stában, quaije siempre, cerca de ua strada romana ou de un camino para ua "villa romana", i por qui cerca, passában bários. Por esso, hai quien pense que l nome Sendim bén de la palabra goda Sinth – Sind (via, caminho). Todos ls Sendin´s, de Pertual, que coincemos, stán cerca de ua ancruzelhada de caminos romanos. Deixo esto para ls antendidos. Mas, cuido que Carlos Ferreira yá dou la splicaçon na sue tese de mestrado i cun la qual you cuncordo en absoluto. La splicaçon bén ne l mesmo sentido que yá ne ls anhos 80, you defendie ne l boletin de l centro cultural de Sendim ( "Villa Sendini" ).


Mas bámos a la fuonte.


Tén la forma de ua casa cun telhado a dues augas, na frente i na traseira béian-se dous arcos, l detrás stá hoije cerrado.
Ye toda en piedra cun medidas próprias de la cantarie romana.
Las sues medidas pur fuora son estas:
- medida de la frente 3,40m
- medida de fondo 3,20m
- Lhados de l triangulo eisósceles de l telhado, na frente, 2,00m
- Raio de l arco de la abóbada 1,20m
- Altura de ls muros laterales 1,20m (éran mais altos, mas al fazéren la rue quedóran mais enterrados).
- La cornije 0,20m
La parte de drento ye toda en abóbada de canhon.


La meiorie de las fuontes tén cinco piedras en cada arco, mas la nuossa
tén uito, l que quier dezir que la acrescentóran quando la recostruíran. Se mirardes bien para l arco, bei-se bien la eimenda, en riba, i queda un pouco abangado. Serie dessa altura la data que stába nua piedra de l arco de l fondo.


Tén, delantre deilha, un depósito que en tiempos serbiu para bober l ganado.


Hai ua para ls lhados de Mondin que se aparece cun eilha. Ye mais pequeinha i nun tén depósito, mas dessa falaremos noutra oucasion.


Tenemos que ir screbindo algo para que la nuossa memoria nun se perda.

Sendim, 20 de Março de 2007

José Almendra

OS PAULITEIROS DE SENDIM



OS PAULITEIROS DE SENDIM (1)

Perde-se no tempo a origem da dança dos pauliteiros e podemos mesmo afirmar que, em Sendim, ela existe desde que há memória da sua existência.
A notícia mais antiga, que conhecemos, é-nos dada por Manuel Severim de Faria, que foi Chantre da Sé de Évora, e que ao escrever sobre uma das suas viagens por Portugal, entre 1604 e 1625, referindo-se à nossa região, mais concretamente a Vila de Ala, dava notícia de lá ter assistido a uma dança com paus e ao toque da gaita-de-foles.


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Em Sendim, pelos relatos que ouvimos aos mais velhos, desde que se lembravam, e isto referia-se a um tempo que remontava aos fins do século XIX, era uma dança que se dançava no Sagrado e pelas ruas da povoação em dias de festa, nomeadamente na festa de Nossa Senhora do Rosário e no Corpo de Deus.
Houve sempre grupos de pauliteiros em Sendim, pelo menos desde os fins do século XIX, pois nós mesmo o ouvimos da boca de dançadores desse tempo e que nos foi confirmado pelo próprio Padre Dr. António Maria Mourinho. Seu pai, João da Cruz Mourinho, que também foi dançador, teria feito parte de um grupo antes do ano 1900, daí ter ensaiado pelo menos oito grupos antes de falecer, o que aconteceu em 1938, destes grupos apenas conseguimos saber que deles fizeram parte; José Pires Mourinho, Francisco Geraldes, António Vinhão, Francisco Mendonça, seu irmão António Mendonça, António Cangueiro, Francisco Ferreira, José Antunes Ferreira e António Maquelino. De notar, o que escreveu o Padre Dr. António Maria Mourinho no seu cancioneiro e que aconselhamos a ler, na parte final deste humilde trabalho:


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"Meu pai, João da Cruz Mourinho, falecido repentinamente de atroz acidente, em 1938, com 58 anos de idade, ensinou nada menos que 8 (oito) grupos de dançadores, em sucessivas gerações, não só em Sendim, como em povoações vizinhas, onde tinha inúmeros conhecimentos e amigos. Acompanhou muitos anos o tio Pepe de Freixiosa e o tio Silvestre Louçano de Vila Chã, os mais famosos gaiteiro e tamborileiro de toda a Terra de Miranda dos fins do século XIX, de que ainda bem me recordo… E meu irmão mais velho José Pires Mourinho, ensinou três grupos".


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Sabemos por conhecimento pessoal e porque trabalhamos muito de perto, com o Padre Dr. António Maria Mourinho, que ele tinha muita documentação sobre Sendim e que pensava publicar. Infelizmente não só não chegou a publicar, como pelo que sabemos, não se sabe o destino que teve, já que no seu espólio parece não estar.
Pena foi que muito do que recolhemos o tivéssemos dado, se não, este trabalho estaria muito mais completo. Assim valemo-nos da memória.
Que outros não venham procurar honras de trabalhos que não lhes pertencem e para o qual nada contribuíram, como aliás já foi feito nalguns casos. (continua)

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Laços dos Pauliteiros




Laços dos pauliteiros

a) – “Lhaços” de motivos agrícolas.
b) – “Lhaços” de motivos de amor.
c) – “Lhaços” de motivos de descrição geográfica.
d) – “Lhaços” de motivos de descrição profissional.
e) – “Lhaços” de motivos de maldizer.
f) – “Lhaços” de motivos históricos.
g) – “Lhaços” de motivos religiosos.
h) – “Lhaços” de motivos benatórios.
i) – “Lhaços” de outros motivos.
j) – “Lhaços” sem letra.



De motivos agrícolas:

- Canário
- Joanica
- L carrascal
- L toro
- La yerba
- Las rosas (1)
- Padre António

De motivos de amor:

- Ai de mi…
- Anramada
- Caballero
- L maridito
- La berde


- La pimienta
- La selombra
- Las fadigas


- Morenita

De motivos de descrição geográfica:

- Calles de Roma
- Campanitas de Toledo
- Çaramontaina
- La puente

De motivos de descrição profissional:

- L saio


- L pison
- Ls oufícios

De motivos de maldizer:

- Balantina
- Freixenosa

De motivos históricos:

- D. Rodrigo


- General Prim
- Mirandun
- L moro
- L passeio del rei




De motivos religiosos:

- Acto de contrição
- Carmelita (2)
- La fiesta
- Palombas
- Primavera
- Sacramento

De motivos benatórios:

- La lhiebre (3)


- L tordo
- Perdigon

De outros motivos:

- Caballero
- Canedo
- L gato
- La mulhier


- La posada
- La scura
- La tchina

Sem letra:


- Binte i cinco abierto


- Binte i cinco de ruoda


- Fado
- La bitcha
- Las rosas
- Las tairas
- Salto al castillo

Nota: Em itálico aqueles cuja música pode ouvir em www.sendim.net.

(1) – Versão deste lhaço que aprendemos e que é diferente da descrita pelo Pe. Mourinho, por isso a escrevemos.

Se quieres ir a colher rosas,
Al jardin de l miu senhor.
Al colher la branca flor,
Culhe la de mais en baixo,
Que ye la melhor olor.
I melhor olor.


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(2) - Versão deste lhaço, pelo mesmo motivo do anterior.


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Dius te sabe Carmelita fermosa,


Que fuste sposa de San Jesé,


Cumo stabas ne ls altos castilhos


Sperando las balas cuntra l lucifer.


Marie, la mulhier mais pura


Que ne l mundo puodo haber,


Creada i nacida,


I nacida i creada,


Quando era açucena i quando cristal.


Que l diabro tomou por ampenho


Que l santo rosairo nun se ha de rezar.


Debotos benien de manos lhegar


A rezar l rosairo,Marie,


Que l reino de l cielo


Queremos alcançar.


I queremos alcançar.

(3) – Versão deste lhaço, pelo mesmo motivo do anterior.

Aqueilha canhada arriba,
Ua lhiebre bi correr,
Tu le atiras,
You le atiro,
Nun la pudimos colher.
Tu que le atireste,
You que le atirei,
Nin tu la mateste
Nin you la matei.

Villa Sendini



VILLA SENDINI

No que diz respeito a Sendim, concelho de Miranda do Douro, em termos toponímicos, poderá advir, do genitivo "sendini ou sindini" de uma villa de “Sendinus ou Sindinus” que são nomes pessoais germânicos, alti-mediévos, portanto.
Havia diversas vicus e villae de origem romana nesta região e que teriam sido destruídas e soterradas com as invasões árabes.
De notar que nesta região esteve acampado um destacamento da “LégioVII”.

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Segundo o nosso entendimento, já expresso no boletim informativo do Centro Cultural de Sendim, pelos anos 80 do séc. XX, e tal como defendeu Carlos Ferreira, na sua tese de mestrado, o nome Sendim teria vindo da palavra goda Sinth - sind ( via, caminho ). Sendim fica no entroncamento de várias vias romanas e é muito provável que neste local existisse uma villa romana e que os visigodos viessem a fazer dela uma povoação a que chamaram Sindin. Em documentos medievais é assim que aparece o nome de Sendim.

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Não oferece também qualquer dúvida que o reino Visigodo fazia fronteira com o reino Suevo, nesta região.
É sobre Sendim que vamos tratar neste blog. As suas origens, a sua história, a sua gente, o seu presente e futuro.