quinta-feira, 24 de maio de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM (5)


continuação


Em 1973, foi na Casa do Povo, éramos nós presidente da direcção, quando formamos um grupo de danças mistas e pauliteiros, mas só as danças mistas se exibiram na inauguração da secção de artesanato, em que esteve presente o Ministro das Corporações e Previdência Social. Este grupo não continuou devido às alterações políticas que trouxe o 25 de Abril de 1974.


continua....

sábado, 19 de maio de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(4)


continuação


Foi no peditório de uma festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, em Outubro de 1963, que tiramos a fotografia a um grupo de paliteiros, que era constituído por José Santiago, Belmiro Carção, Joaquim Paulo, José Antunes, Américo Peres, José Carlos Alves, Manuel Marcelino, e António Gonçalves. Este grupo era ensaiado por José Pires Mourinho e actuou em vários outros eventos, nomeadamente numa festa em Lagoaça, no Verão de 1964. Os gaiteiros eram de Travanca.

A guerra do ultramar fez com que este grupo se separasse, mas o Manuel Marcelino, que pertenceu a uma companhia militar em Angola, onde estava também o Paço Bandeira, veio a ensaiar aí um grupo de pauliteiros.
Belmiro Carção ensaiou também um grupo em Angola, quando cumpria o serviço militar.
Entendemos que é importante realçar o facto de os sendineses formarem grupos de pauliteiros por esse mundo fora. Além dos já referidos, também no Canadá os sendineses dançavam, nos anos 70 havia um grupo em Toronto, formado por Eduardo Peres e seu primo Venâncio Peres de Sendim, Eduardo Marcos e Avelino Marcos de Cércio, Norberto Raposo de Pena Branca, Porfírio Igreja de Miranda, Nelson Moita de Fátima (é curioso ver neste grupo um dançador de fora da Terra de Miranda) e José Valentim de Genísio. Tocava a gaita-de-foles José Marcos de Cércio, o bombo Armando Igreja de Miranda e a caixa Abílio Peres de Sendim.


continua....

quinta-feira, 17 de maio de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM

OS PAULITEIROS DE SENDIM(3)
OS PAULITEIROS DE SENDIM (3)

continuação....

Abílio Aleixo veio a formar um grupo de pauliteiros na tropa, em 1951, juntamente com Armando Quitério, de Sendim, José Taborda da Granjica, Adelino de Cicouro, José de Angueira, Manuel da Especiosa, Joaquim de Freixiosa e Fernando de Constantim. Um do concelho de Mogadouro, outro do concelho de Vimioso e os restantes do concelho de Miranda do Douro. Para a formação deste grupo muito contou o apoio do alferes Dinis, de Miranda do Douro. Não sabemos para já os apelidos, razão por que indicamos a seguir ao nome, a naturalidade.
É importante referir aqui como se processou a formação deste grupo, na tropa, pois vem-nos mostrar a força da dança dos paus na união dos mirandeses e da importância da sua língua.
Contou-nos o tiu Abílio Aleixo:
" Aproximava-se o juramento de bandeiras e nós, os do concelho de Miranda do Douro e alguns do concelho de Vimioso e Mogadouro, resolvemos ensaiar um grupo para actuar no dia do juramento de bandeiras. Os que sabiam já, por terem dançado nas suas terras e outros a quem fomos ensinando, juntámo-nos numa arrecadação e sem dar motim, lá fomos ensaiando os “lhaços”, os que não sabiam eram poucos. De Sendim era também um rapaz chamado Armando Quitério, está no Brasil, como não tinha dançado nunca, tinha medo de que lhe acertássemos com os paus, e andava com um pau sempre no ar, mas lá aprendeu.
Como não tínhamos gaiteiro, estávamos com esse problema quando um rapaz do concelho de Vimioso, agora já me vou esquecendo dos nomes, nós conhecíamo-nos pela fala, então esse rapaz disse-nos que resolvia ele o problema. Como tocava clarinete no quartel de artilharia, era na Pesada 2 em Gaia, começou a ensaiar ao mesmo tempo que nós cantávamos e ficou porreiro. Parecia mesmo um gaiteiro.
Mas tivemos também sorte, é que um dia, logo no princípio, um tenente deu connosco e com o seu ar importante perguntou:
- Que estais a fazer aqui e que barulho é este?
-Estamos a ensaiar uma dança da nossa terra, para o dia do juramento de bandeira, meu tenente.
-Dançai lá para eu ver.
Dançamos e ele virou-se para nós e disse:
-Eu sou de Miranda, tendes mesmo que continuar e quero isso bem ensaiado.
-Mas, meu tenente, o comer não é muito aqui no quartel e com o trabalho vai ser complicado.
No outro dia tínhamos mais uma terrina de sopa. Era o tenente Dinis, mais não sei ".
Seguiu-se outro grupo, ensaiado por José Pires Mourinho, em 1957, formado por Domingos Picotês, José Xavier, José Pires Mourinho, Manuel Cangueiro, Domingos Pires, Alfredo Pires, Aleixo Margalho e Manuel Ferreira.
De notar que este grupo tem elementos do anterior e o ensaiador, José Pires Mourinho aparece como dançador. Ele aparece porque faltou um dançador e como sabia ocupar todas as posições teve que dançar. Os gaiteiros eram de Travanca.
Também a formação deste grupo teve uma razão forte, aproximava-se a inauguração da Casa da Criança Mirandesa e com uma festa em que iam participar todas as terras de Miranda. Todas trariam carros alegóricos e muitos grupos a actuar. Sendim, não podia ficar indiferente. Este grupo veio a ser considerado dos melhores, já que foi o que melhor soube utilizar o repicar dos paus e a dança de pés. O grupo de Duas Igrejas teve um ponto a seu favor, que foi “o salto ao castelo”, mas o grupo de Sendim inovou nos “lhaços” ao dançar o Hino Nacional.
continua

sexta-feira, 11 de maio de 2007

OS PAULITEIROS DE SENDIM


OS PAULITEIROS DE SENDIM(2)
continuação....
O grupo mais antigo que identificámos, foi um que era formado por Abílio Aleixo, José Castro, Domingos Pires e Domingos Santiago, como guias e José Joaquim Xavier, Alfredo Pires, Alfredo Cangueiro e Aleixo Margalho, como peões. Actuou nos anos de 1947 a 1950, pelo que nos foi dado saber. Era seu ensaiador José Pires Mourinho, irmão do Padre Dr. António Maria Mourinho. Os gaiteiros eram de Travanca.
Os ensaios faziam-nos cantando os “lhaços”, no Baiunco, nas curraladas e na rua que hoje se chama 1º. De Maio, no pequeno largo, junto ao poço de pedra, que ainda hoje lá se encontra. Numa das pedras do poço estão duas datas, uma de 1803? e outra de 1908.
Era muito frequente, porque havia falta de gaiteiros, os pauliteiros actuarem ao toque da caixa e bombo e a ouvirem cantar os “lhaços”. A gaita-de-foles era mais usada nas festas.
Sem querermos entrar em polémicas, pela nossa experiência como ensaiador e dançador e ainda como ouvinte atento de pessoas que viveram no séc. XIX, queremos dizer que cantar os “lhaços” era uma prática mais frequente que se julga. Havia pauliteiros em todas as localidades, mas gaiteiros não. E os “lhaços” têm quase todos letra e querem transmitir uma mensagem às pessoas ou representam situações e vivências do dia a dia. Muita gente que nem sabe bater um pau, sabe os “lhaços” e a música, de cor.
Pelo depoimento de um destes pauliteiros, José Joaquim Xavier, soubemos que a formação deste grupo começou com uma das muitas reuniões que estes rapazes faziam no Baiunco, debaixo da varanda da antiga casa de Sr. Antoninho Oliveira, para prepararem um número para o Carnaval.
A ideia inicial foi fazerem uma paródia sobre a dança dos paus e utilizar tenazes de ferro, Aleixo Margalho era ferreiro e para simular o bater dos paus, usarem socos com sola de madeira. Isto prova bem que em Sendim dançar com os pés era fundamental.
José Pires Mourinho a quem pediram para os ensaiar, aproveitou a ocasião e disse-lhes que já que queriam dançar, então tinha que ser a sério, também. Pois foi mesmo a sério e assim se reiniciou a dança de novo, em Sendim. Pena foi que não tivesse o apoio que outros tiveram.
Ao contar este episódio, não foi sem intenção, mas para mostrarmos que os sendineses quando vêem que as coisas não andam, reagem provocando as situações.
Não lhes parecia justo Duas Igrejas ter um grupo de pauliteiros, dirigido por um sendinês, o Padre Dr. António Maria Mourinho, e Sendim não. Nunca os sendineses aceitaram muito bem o facto de o Padre Dr. António Maria Mourinho, ter levado muitos dos ensinamentos que aprendeu com seu pai e seu irmão mais velho, para o grupo que veio a dirigir em Duas Igrejas. Mas, o que é certo, é que era aí pároco e as danças eram património de toda a Terra de Miranda.
Duas Igrejas tinha também tradição na dança dos paus. Um grupo dessa freguesia, mais concretamente de Cércio, uma povoação anexa, foi dos primeiros a actuar fora da Terra de Miranda.


(continua)



quinta-feira, 10 de maio de 2007

LS AZULEIJOS DE LA STAÇON


LS AZULEIJOS DE LA STAÇON
Quando se scribe la stória de ua tierra tem que se falar de muita cousa. L património ye ua de las partes mais amportantes. Ye de ua parte de l nuosso património que bos bou a screbir hoije.

En 1977 fiç un studo subre ls azuleijos de la staçon de Sendin i muito me ajudou l angenheiro Genestal Machado que me dou ls dados que me fazien falta.
Nun bamos a falar de quien ye responsable por l stado a que chegou la staçon, mas guardei ls retratos de ls azuleijos i eiqui bos queda l que scubri. Hoije inda hai alhá alguns i ls outros póden-se cumponer.
Ls azuleijos fúrun pintados por Gilberto Renda que naciu ne l fin de l seclo XIX, en Seixas, ua tierra que queda no Minho.
L sou ouficio era “cenógrafo”, studou en Paris i trabalhou cun l coincido pintor “Salgado” que quedou famoso en azuleijos i cumponiu l palaço de Queluz.
Gilberto Renda dezenhaba l scaleto de las figuras i apuis besti-las a la moda de l tiempo a que dezien respeito. Chamaban-le “o menino prodígio”, era de statura pequeinha i magro.
Pintou tamien ls azuleijos de la staçon de Dues Eigreijas i de la de Caminha. Fizo inda un trabalho na calçada de la “Boa Hora” en Lisboua, este trabalho tamien yá zapareciu.
Ls retratos que serbírun para fazer ls azuleijos de la staçon de Sendin stán nas ultimas fuolhas de l lhibro “Em volta de uma espada”, eidiçon de la Câmara de Miranda de l Douro.